A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) inaugurou, em março, um laboratório que conta com o primeiro equipamento de ressonância magnética para corpo inteiro com campo de 7 Tesla da América Latina. O equipamento é o segundo em todo o Hemisfério Sul.
A aquisição do mesmo faz parte de um projeto que envolve recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), da FMUSP e da Fundação Faculdade de Medicina.
A ressonância será utilizada na investigação da causa de mortes naturais e também contribuirá para o aperfeiçoamento do diagnóstico por imagem de doenças, como por exemplo, o câncer.
Adquirida por US$ 7,6 milhões, a ressonância magnética de 7 Tesla possui cerca de 140 mil vezes o campo magnético da Terra.
Uso do equipamento
A ressonância é capaz de gerar imagens com um alto nível de refinamento, o que permitirá maior detalhamento das autópsias virtuais, permitindo comparações precisas com os tecidos biológicos.
O projeto irá colaborar para que, por exemplo, o diagnóstico de doenças como o câncer possa ocorrer de forma mais precisa e cada vez mais precoce.
O equipamento também será de grande utilidade no ensino, uma vez que os alunos poderão estudar anatomia por meio das imagens produzidas pela ressonância de 7T, podendo utilizar as técnicas tridimensionais e interagir com elas, simulando cirurgias, movendo e girando as imagens.
O uso do equipamento contará com a parceria do Serviço de Verificação de Óbitos da Capital, unidade responsável pela autópsia de cerca de 14 mil pessoas mortas por causas naturais por ano, o que coloca a nova ressonância da FMUSP em uma posição única para a pesquisa no mundo.
“Este é mais um importante passo, que mostra o nível internacional da pesquisa e do ensino realizados pela Faculdade de Medicina da USP. Esta ressonância de 7 Tesla permitirá um avanço importante também no diagnóstico por imagem, com benefícios para todos”, afirma Giovanni Guido Cerri, professor titular do Departamento de Radiologia da FMUSP.