Sensor com jacalina detecta leucemia em 40 minutos

Atualmente, o diagnóstico para detectar leucemia é feito por meio de vários exames e os resultados dos testes pode demorar até um mês, tempo que coloca em risco os pacientes.

“Em um intervalo curto de tempo, dependendo do tipo de leucemia, as células doentes, as células leucêmicas podem ocupar toda a medula óssea e fazer com que pare a produção de células saudáveis”, explicou o médico hematologista Marcus Bizarro.

Mas, isto poderá mudar, pois pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP), desenvolveram uma tecnologia para detectar a leucemia de forma mais rápida. O resultado sai em até 40 minutos e a nova técnica utiliza uma substância presente na jaca.

Ele possui uma partícula de ouro que é envolvida com a jacalina, retirada da semente da fruta, e a substância natural se liga aos açúcares liberados pelas células com leucemia.
Sensor possui uma partícula de ouro que é envolvida com a jacalina, retirada da semente da fruta – Foto: Divulgação

O sensor desenvolvido possui uma partícula de ouro que é envolvida com a jacalina, retirada da semente da fruta, e a substância natural se liga aos açúcares liberados pelas células com leucemia.

“Ele tem um circuito elétrico e você tem material biológico ali já ancorado nessa fita. Depois de entrar em contato com o sangue do paciente, é ligado em uma caixinha para que você veja a resposta elétrica, que é transformada em uma informação visual para o paciente”, explicou o professor Valtencir Zucolotto.

Segundo os pesquisadores, o método é seguro e o resultado sai entre 20 e 40 minutos.

Demora dos resultados dos testes coloca em risco os pacientes - Foto: Divulgação
Demora dos testes coloca em risco os pacientes – Foto: Divulgação

“Nos testes de repetibilidade, que a gente fala, para ver se o nosso sensor era sensível ou não a esse tipo de célula, ele se mostrou bem eficiente, bem seletivo ao tipo de célula”, afirmou Juliana Cancino.

Outros tipos de câncer

Os idealizadores têm por objetivo agora saber quais outros tipos de câncer o sensor pode detectar e a intenção é que, com uma parceria, seja desenvolvido um aparelho portátil parecido com os usados por diabéticos para a medição da glicemia.

“Tentar identificar empresas, iniciativa privada que tenha interesse em transformar essa tecnologia em um produto, e aí então a gente pode trabalhar em parceria com essas empresas para que, quem sabe em breve, a gente tenha esse produto disponível”, disse Zucolotto.

O sensor foi desenvolvido pelo Grupo de Nanomedicina do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), em parceria com o Hemocentro da USP de Ribeirão Preto.

Fonte: Portal G1