Parques tecnológicos aumentam no Brasil

Estudo publicado pela Thomson Reuters identifica os pesquisadores mais citados entre 2003 e 2013 em 21 áreas do conhecimento - Foto: Divulgação

Os parques tecnológicos vêm aumentando em número no Brasil e no mundo em razão dos impactos econômicos positivos para as cidades e o país onde estão sediados, destacaram especialistas presentes no seminário “Investe SP e Parques Tecnológicos – Inovação acelerando o desenvolvimento”, realizado na última terça-feira (27/10), em São Paulo (SP).

Parque Universidade Vale do Paraíba - Imagem: Divulgação
Vista aérea do parque da Universidade Vale do Paraíba – Imagem: Divulgação

Os parques tecnológicos são ambientes de inovação que abrigam, em um mesmo espaço, empresas de base tecnológica de um ou mais setores, além de universidades e instituições de pesquisa.

“Os parques tecnológicos alavancam os recursos públicos iniciais alocados na construção desses empreendimentos ao gerar investimentos das empresas em centros de pesquisa e desenvolvimento, empregos qualificados e dinamizar a economia”, explicou Guilherme Ary Plonski, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o professor Plonski, no Brasil as primeiras propostas de criação de parques tecnológicos começaram a surgir no final da década de 1980 e ganharam maior força a partir de 2000, quando foram construídos os primeiros empreendimentos do gênero no país.

“Hoje, há 94 iniciativas de parques tecnológicos, das quais 24 estão em operação. Sendo que sua maior concentração está nas regiões Sul e Sudeste do país, mas também há outros importantes fora dessas áreas”, afirmou.

O primeiro é o Centro de Desenvolvimento de Aeronáutica (CDTA), coordenado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em parceria com a Embraer; o segundo é o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Energia (CDTE), encabeçado pela Vale Soluções em Energia (VSE) - Imagem: Divulgação
O Parqtec-SJC é o primeiro a receber o status definitivo no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) – Imagem: Divulgação

No Estado de São Paulo existem 28 iniciativas para implantação desses empreendimentos, sendo o Parque Tecnológico de São José dos Campos o primeiro a receber o status definitivo no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec).

Desde então, outros cinco também receberam este título: Parque Tecnológico de Sorocaba, Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, Parque Tecnológico de Piracicaba, Parque Tecnológico de Santos e Parque Tecnológico de São Carlos (ParqTec).

Hoje há 14 iniciativas com credenciamento provisório: Araçatuba, Barretos, Botucatu, Campinas (com cinco iniciativas: Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp, CPqD, CTI-TEC, Ciatec II e Techno Park), Parque Universidade Vale do Paraíba (Univap), Santo André, São Carlos EcoTecnológico, São José do Rio Preto e São Paulo (duas iniciativas: Jaguaré e Zona Leste).

“A grande maioria desses investimentos está situada no eixo Bandeirantes-Anhanguera. Mas, temos que levar esses investimentos para outras regiões do Estado, de modo que não fiquem concentrados apenas nas regiões metropolitanas” disse Juan Quirós, presidente da Investe SP, que gerencia os parques tecnológicos existentes no Estado de São Paulo.

No mundo

Os primeiros parques tecnológicos, chamados de primeira geração, segundo o professor, foram criados especialmente nos Estados Unidos, entre as décadas de 1950 e 1960, por diferentes razões.

O Stanford Research Park foi construído em 1951 - Imagem: Divulgação
O Stanford Research Park foi construído em 1951 – Imagem: Divulgação

O Stanford Research Park, por exemplo, considerado o primeiro parque tecnológico do mundo, foi construído em 1951 a partir de uma decisão da Stanford University.

A instituição passava por uma crise financeira e decidiu dar um uso econômico para alguns terrenos que a família Stanford deixou em testamento para usufruto da universidade.

Já em 1959 foi construído o Research Triangle Park, na Carolina do Norte, por iniciativa do governo do estado, situado no sul dos Estados Unidos.

Três universidades formam o “triangulo da pesquisa”, como a região é conhecida, são elas: a Duke University, a North Carolina State University e a University of North Carolina at Chapel Hill –, localizadas a uma distância de cerca de 20 minutos uma da outra.

De acordo com Plonski, atualmente há 200 empresas instaladas no parque, que geram 50 mil postos de trabalho, boa parte qualificados.

No parque tecnológico da University of Arizona, nos Estados Unidos, criado pela universidade americana em 1994, já são 40 empresas instaladas.

“As empresas precisam de ambientes de inovação para alavancar a competividade mediante a cooperação com outras empresas, além de universidades e institutos de pesquisa. E um desses ambientes de inovação é um parque tecnológico”, afirmou o especialista, que é conselheiro da International Association of Science Parks and Areas of Innovation (IASP).