Câncer é uma das doenças que mais mata no mundo

Mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença, destas cerca de 8 milhões morrem - Foto: Divulgação
Mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença. – Foto: Divulgação

Em termos globais, o câncer é uma das doenças que mais mata no mundo. Todo ano, mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença, destas cerca de 8 milhões morrem.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 580 mil novos casos serão diagnosticados neste ano.

Se medidas efetivas não forem tomadas, haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030, sendo que 2/3 das vítimas vivem nos países em desenvolvimento.

Apesar deste panorama preocupante, no mês passado a ciência pode ter encontrado uma luz no fim do túnel.

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com a Universidade de Leeds – Inglaterra, descobriram que o veneno da vespa brasileira Polybia paulista pode combater células cancerígenas.

A ciência já conhecia as propriedades anticancerígenas do veneno da vespa brasileira, que se mostrou eficaz em coibir a proliferação de células de câncer de próstata e bexiga, bem como de leucemia. O que não se sabia era como a toxina presente no veneno conseguia atacar seletivamente determinadas células de câncer, deixando intactas as células normais.

Com a descoberta, abriu-se um novo caminho para o desenvolvimento de uma nova classe de drogas para tratamento de câncer. Os resultados foram publicados na revista científica “Biophysical Journal”.

Nas células cancerígenas, existem dois tipos de lipídios que ficam do lado de fora da membrana das células. Em células normais, esses lipídios ficam localizados do lado de dentro da membrana. O que a toxina MP1 faz é interagir com esses lipídios que por acaso só estão “acessíveis” nas células cancerígenas.

O resultado dessa interação é a formação de “buracos” na membrana da célula cancerígena, mecanismo que acaba levando à morte das células.

a toxina presente no veneno conseguia atacar seletivamente determinadas células de câncer, deixando intactas as células normais. - Foto: Divulgação
A toxina consegue atacar seletivamente determinadas células de câncer.  – Foto: Divulgação

“Uma terapia de câncer que ataque a composição lipídica da membrana da célula seria uma classe completamente nova de drogas anticancerígenas”, disse um dos autores do estudo, Paul Beales, da Universidade de Leeds. “Isso poderia ser útil no desenvolvimento de novas combinações de terapias, onde múltiplas drogas são usadas simultaneamente para tratar câncer ao atacar diferentes partes das células de câncer simultaneamente” completou.

Apesar dos resultados bem-sucedidos, há um longo caminho antes que o veneno da vespa seja confirmado como possível substância anticâncer. Serão necessários ainda testes com animais maiores e, depois, em humanos, um processo que pode levar mais de 10 anos. Se, no meio do caminho, os efeitos colaterais forem muito fortes, a substância é descartada. Porém, caso os resultados preliminares se confirmem, o veneno da vespa poderá beneficiar pacientes de diversos tipos de câncer, como os de pulmão e fígado. “A toxina tem um enorme potencial”, disse prof. Dr. Mario Sergio Palma, da Unesp.

Somando homens e mulheres, o tipo de câncer que mais mata no mundo é o de pulmão. O câncer é causado por alterações (mutações) no interior das células. O DNA dentro de uma célula contém um conjunto de instruções que dizem à célula como crescer e se dividir. Erros nas instruções podem permitir que uma célula se torne cancerosa.

O câncer pode levar décadas para se desenvolver. É por isso que a maioria das pessoas é diagnosticada com câncer aos 65 anos ou mais.

Embora seja mais comum em adultos mais velhos, o câncer não é uma doença exclusivamente dessa faixa etária – ele pode ser diagnosticado em qualquer idade.

“A adoção de hábitos de vida saudáveis ajuda a reduzir o aparecimento de casos novos de câncer e a realização de exames e detecção precoce da doença diminuem sensivelmente a mortalidade”, explicou o professor da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Itamar Santos.

Fonte: Instituto Nacional de Câncer