Campinas: Cidade da Ciência e Tecnologia

A cidade de Campinas foi, no passado, um importante polo econômico nacional para a agricultura. Hoje, ela é um dos maiores centros de empresas dos setores de informática e telecomunicações do país e um dos principais polos científicos e tecnológicos da América Latina.

A cidade, fundada em 14 de julho de 1774, também se destaca por abrigar um moderno parque industrial e excelente infraestrutura rodoviária, ferroviária e aérea.

Entrada do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) - Foto: Divulgação
Entrada do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) – Foto: Divulgação

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), um dos mais antigos institutos de pesquisas do Brasil, fundado em 1887, é responsável por 90% das cultivares de café arábica plantadas em terras nacionais, sendo pioneiro na pesquisa sobre o café no Brasil.

O IAC tem por missão produzir e transferir Ciência e Tecnologia para o Negócio Agrícola, visando otimizar os sistemas de produção vegetal e ao desenvolvimento socioeconômico com qualidade ambiental.

Além disso, o trabalho desenvolvido pelo IAC garante uma oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria, cooperando, assim, para a segurança alimentar e para a competitividade dos produtos no mercado interno e externo.

O programa de pesquisas do Instituto consiste na execução de cerca de 645 projetos de pesquisa, dentro de praticamente todos os programas executados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Destacam-se ações nas cadeias de produção do café, citros, cana-de-açúcar, grãos e fibras em geral, horticultura de mesa, envolvendo oleícolas, frutas frescas e flores, bem como nas áreas básicas de solo e clima, fitossanidade vegetal, mecanização agrícola, etc., com objetivos de fornecer subsídios técnicos às áreas básicas de desenvolvimento sustentável e agricultura familiar.

Os projetos, realizados mediante ensaios e testes no campo, em casas de vegetação e em laboratórios, resultam em novos cultivares, novas tecnologias ou novos processos.

Ao todo, são 216 pesquisadores científicos e 372 funcionários de apoio, além de 1.279 hectares de terra distribuídos entre a Sede, Centro Experimental Central e quatro Centros Avançados de Pesquisa, com casas de vegetação, laboratórios, demais instalações e infraestrutura adequada aos seus trabalhos.

A Unicamp responde por 15% da pesquisa acadêmica no Brasil – Foto: Divulgação

Campinas conta também com renomadas instituições de ensino superior, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que além de ser uma das universidades mais disputadas do país, responde por 15% da pesquisa acadêmica no Brasil e mantém a liderança entre as universidades brasileiras no que diz respeito a patentes e ao número de artigos per capita publicados anualmente em revistas indexadas na base de dados ISI/WoS.

Fundada oficialmente em 5 de outubro de 1966, a universidade pode ser considerada uma instituição que já conquistou forte tradição no ensino, na pesquisa e nas relações com a sociedade.

Dentro da Unicamp estão implantados diversos centros de pesquisas. Um deles é o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), criado em 1986 com o objetivo primordial de ser um centro interdisciplinar de interação Universidade-Empresa.

Assim, a Unicamp foi uma das universidades pioneiras em possuir um Centro destinado a apoiar e dar suporte à realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e industrial, realização de prestação de serviços especializados nas áreas de Química, Biologia e Agrícola, e procurando atender à demanda da Indústria e de Órgãos Governamentais.

Também localizado dentro da Unicamp está o Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG), que atua no desenvolvimento de pesquisas nos campos da genética animal, vegetal, humana e de microrganismos, além de projetos em genômica estrutural, funcional e comparativa. Desenvolve pesquisa básica e aplicada, atividades ligadas à educação e à transferência de tecnologia.

Entre os objetivos do Centro estão estudar o controle da ação gênica em organismos superiores atuando em técnicas de Engenharia Genética no Brasil; estudar as bases moleculares de doenças genéticas; produzir novas combinações gênicas visando o aumento da produtividade agrícola e aperfeiçoamento das técnicas de fermentação; promover a difusão e a aplicação de seus estudos e pesquisas; intensificar o intercâmbio da Universidade com instituições no País e no exterior; e oferecer treinamento em nível técnico, de graduação e de pós-graduação.

Além desses centros de pesquisas, a Unicamp também conta com os Institutos de Química, Biologia, Geociências, entre outros, que igualmente atuam na área de pesquisa, além do ensino.

Campinas também possui outros centros de pesquisas localizados em outras regiões. Confira alguns deles:

CTI- Centro de Tecnologia da Informação – Renato Archer

Logo do Centro de Tecnologia da Informação - Imagem: Divulgação
Logo do Centro de Tecnologia da Informação – Imagem: Divulgação

O CTI é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), inaugurado em 1982, que, desde então, atua na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia da informação.

A forte interação com o setor acadêmico (por meio de diversas parcerias em pesquisa) e com o setor industrial (por meio de vários projetos de cooperação com empresas) mantém o CTI focado em seus principais ramos de atuação.

Essa integração com a academia e com o setor produtivo torna o CTI uma instituição capaz de atender demandas da indústria, tornando-as temas de pesquisas, de forma a estimular um ciclo de P&D diversificado, focado em prover soluções para o mercado.

Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)

Logo do Centro de Tecnologia da Informação - Imagem: Divulgação
Logo do Centro de Tecnologia da Informação – Imagem: Divulgação

CNPEM é uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que possui quatro laboratórios considerados como referências mundiais e abertos à comunidade científica e empresarial. São eles:

O Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS), que opera a única fonte de luz Sincrotron da América Latina e está, nesse momento, construindo Sirius, o novo acelerador brasileiro, de terceira geração, para análise dos mais diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos.

O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), que desenvolve pesquisas em áreas de fronteira da Biociência, com foco em biotecnologia e fármacos.

O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE), que investiga novas tecnologias para a produção de etanol celulósico.

O Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), que realiza pesquisas com materiais avançados, com grande potencial econômico para o país.

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento – (CPqD)

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

O CPqD é uma instituição independente, focada na inovação com base nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), tendo como objetivo contribuir para a competitividade do País e para a inclusão digital da sociedade.

Desenvolve amplo programa de pesquisa e desenvolvimento, o maior da América Latina em sua área de atuação, gerando soluções em TICs que são utilizadas em diversos setores: comunicação e multimídia, financeiro, utilities, industrial, corporativo, administração pública e defesa & segurança.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

A Embrapa foi criada em 26 de abril de 1973, sendo vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A Embrapa Meio Ambiente atua em pesquisa, desenvolvimento e inovação - Foto: Divulgação
A Embrapa Meio Ambiente atua em pesquisa, desenvolvimento e inovação – Foto: Divulgação

Desde sua criação, a Embrapa assumiu um desafio: desenvolver, em conjunto com seus parceiros do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), um modelo de agricultura e pecuária tropical genuinamente brasileiro, superando as barreiras que limitavam a produção de alimentos, fibras e energia do País.

Em 1993, foi criado oficialmente o Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental, conhecido pelo nome-síntese de Embrapa Meio Ambiente. A Unidade está localizada no município de Jaguariúna, distante aproximadamente 20 km da cidade de Campinas e 130 km da capital do Estado.

A Embrapa Meio Ambiente atua em pesquisa, desenvolvimento e inovação, dentro da interface agricultura (atividades agrícolas, pecuárias, florestais e agroindustriais) e meio ambiente, conciliando as demandas dos sistemas produtivos com as necessidades de conservação de recursos naturais e preservação ambiental.

Dada a amplitude do tema “meio ambiente”, os estudos realizados na Unidade são muito diversificados e transdisciplinares, sendo principalmente focados em: sistemas de produção sustentáveis; uso sustentável de recursos naturais; biotecnologia avançada e novos insumos biológicos para a agricultura; mudanças climáticas globais e implicações nos cenários agrícolas; indicadores de sustentabilidade e avaliação de impactos sociais, ambientais e econômicos de atividades agrícolas; uso sustentável de resíduos agrícolas e urbano-industriais na agricultura e comportamento de contaminantes e resíduos de agroquímicos no ambiente.

Laboratórios Nacionais Agropecuários – (LANAGROS)

Os LANAGROS são os laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e desempenham papel fundamental nas ações de monitoramento, controle e fiscalização de alimentos, bebidas e insumos produzidos e comercializados no Brasil.

Os LANAGROS são os laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Imagem: Divulgação

Os Laboratórios, com suas diversas unidades operando ativamente nessas áreas, fornecem informações valiosas para os serviços de inspeção e fiscalização, não só do ponto de vista analítico, mas também em cooperações, estudos e projetos de pesquisa voltados para a segurança do alimento e à detecção de fraudes econômicas.

Seis LANAGROS e suas unidades laboratoriais avançadas estão localizados em todas as regiões do Brasil:

Norte – Belém/PA;

Nordeste – Recife/PE;

Centro-Oeste – Goiânia/GO;

Sudeste – Pedro Leopoldo/MG, com unidades avançadas em Belo Horizonte, Andradas, Varginha e Rio de Janeiro; e em Campinas/SP, com unidade avançada em Jundiaí;

Sul – Porto Alegre/RS, com unidade avançada em São José/SC.

Os LANAGROS estão equipados com instrumentação no estado-da-arte em química analítica, e suas equipes estão constantemente buscando desenvolvimento e inovação em termos de metodologia analítica, visando otimizar tempo de análise, capacidade, recursos e qualidade da análise.

Os trabalhos desenvolvidos nos LANAGROS vêm sendo apresentados em congressos e simpósios nacionais e internacionais de grande porte, além de serem publicados em revistas científicas nas áreas de Química Analítica, Ciência dos Alimentos e Agricultura.

Em síntese, a Região Metropolitana de Campinas, por agregar este número significativo de importantes instituições dedicadas à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico e humano, contribui de modo fundamental ao avanço do Brasil no caminho do bom êxito, em geral, e à melhoria da qualidade cultural e social dos brasileiros.