Unicamp instala 1º laboratório de Neuroproteômica da América Latina

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) instalou o primeiro laboratório de neuroproteômica da América Latina. A meta é desenvolver um método preventivo para a esquizofrenia.

O projeto do laboratório foi aprovado no âmbito do programa Jovens Pesquisadores, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O laboratório será comandado pelo Prof. Dr. Daniel Martins de Souza (foto), que ressaltou a importância de estar à frente de um projeto como este.

Prof. Dr. Daniel Martins de Souza (centro) e sua equipe   Foto: Luciene Campos
Prof. Dr. Daniel Martins de Souza (centro) e sua equipe Foto: Luciene Campos

“Quando iniciei o meu doutorado comecei a estudar os cérebros, e quando estudamos o cérebro a nossa ideia é só compreender um pouco mais sobre a bioquímica das doenças que o afetam. Mas, eu sempre quis estudar algo que pudesse ter um efeito mais direto nos pacientes, e agora, com o laboratório isto será possível” afirmou.

Segundo Martins de Souza, a importância de ter um laboratório como este no Brasil pode ser ressaltada em dois aspectos.

O primeiro é pela possibilidade de se abordar qualquer tipo de doença relacionada ao cérebro, e segundo, é pelo fato do Brasil ter um extenso número de pesquisadores que estudam doenças do cérebro.

Em relação ao objetivo deste estudo específico, que é desenvolver um método preventivo para a esquizofrenia, de acordo com o professor, a ideia é baseada em duas vertentes, será estudado não só biomarcadores preditivos, mas também as proteínas que estão expressas no cérebro de pessoas com esquizofrenia e as que não estão expressas no cérebro de pessoas normais e vice e versa.

No entanto, Martins de Souza, lembrou que os estudos não ficarão condicionados apenas a área da esquizofrenia.

Cérebro 3D - Imagem: Divulgação
Cérebro 3D – Imagem: Divulgação

“A ideia é poder abordar qualquer doença que seja relacionado ao cérebro, a minha formação é mais específica em doenças psiquiátricas, que são esquizofrenia, depressão, distúrbio bipolar, porém, a intenção é colaborar com outros grupos de estudo relacionados a doenças do cérebro, como Alzheimer, câncer de cérebro e tudo mais” destacou.

Quanto aos resultados já obtidos com a pesquisa, o professor foi um pouco apreensivo, isto porque, os estudos realizados ainda estão na fase inicial.

“Nós já começamos a fazer alguma coisa, nós já temos, por exemplo, um conjunto de dez a quinze proteínas, que pelo jeito tem um grande potencial de prognosticar se uma pessoa vai ou não responder a medicação, mas isto é bem inicial” explicou.

Mais sobre o Prof. Dr. Daniel Martins de Souza:

Ele é formado em Ciências Biológicas pela Unicamp (2003) e realizou doutorado na mesma instituição (2008), estudou 6 meses no Instituto Max Planck de Psiquiatria na Alemanha.

Tem experiência em análise proteômica, espectrometria de massas, ‘shotgun proteomics’, técnicas de etiquetamento usando ICPL e iTRAQ, label-free proteomics, eletroforese de duas dimensões e análise de biologia de sistemas.