Cientistas ganham Nobel de Química 2014 por nanoscopia

Os vencedores do Nobel de Química 2014: os americanos Eric Betzig, William Moerner e o romeno naturalizado alemão Stefan Hell - AFP
Os vencedores do Nobel de Química 2014: os americanos Eric Betzig, William Moerner e o romeno naturalizado alemão Stefan Hell – AFP

O Prêmio Nobel de Química de 2014 foi concedido a dois americanos, Eric Betzig e William Moerner, e a um alemão, Stefan Hell.

A Academia Real de Ciências da Suécia premiou os pesquisadores pela invenção do microscópio de fluorescência de alta resolução, que trouxe a microscopia óptica para a nanodimensão.

“Durante muitos anos, microscopia viveu com uma suposta limitação: o fato de que nuca seria possível obter uma resolução melhor que a metade da longitude de ondulação da luz. Com a ajuda das moléculas fluorescentes, os vencedores do Nobel de Química 2014 superaram a limitação com engenhosidade. Seu trabalho pioneiro levou microscopia óptica à dimensão nanométrica”, destacou o Comitê da entidade responsável pelas premiações.

Um dos ganhadores do Nobel, o norte-americano William Moerner, recebeu a notícia quando ainda estava na cidade de Recife, aonde estava desde o último domingo (05/10), quando participou de um congresso científico na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“Eu estava saindo do banho quando minha mulher me ligou. As pessoas em Estocolmo não conseguiam me contatar e então ligaram para ela. Eu fiquei muito feliz, muito excitado por ter esse trabalho reconhecido desta forma. Seu coração começa a bater mais forte e você se pergunta “oh, isso é mesmo verdade?'”, contou Moerner.

Os vencedores receberão o prêmio em 10 de dezembro em Estocolmo. Eles dividirão oito milhões de coroas suecas (1,1 milhão de dólares).

Nobel de Química 2014

MICROSCOPIOnobel2014Os vencedores do Nobel deste ano conseguiram, com o uso de moléculas fluorescente, contornar a principal limitação encontrada pelos microscópios ópticos: sua resolução máxima.

Antes da contribuição destes três cientistas, não era possível observar nada menor do que metade do comprimento de onda da luz, ou seja, 0,2 micrômetro (ou 0,0000002 metro), limite estabelecido em 1873 pelo microscopista Ernst Abbe.

Essa resolução era suficiente para observar células e até mesmo o contorno de algumas organelas celulares (estruturas dentro das células), como as mitocôndrias, mas era impossível estudar objetos menores, ou acompanhar a interação de moléculas no interior de uma célula.