Novo instrumento auxiliará no diagnóstico de câncer

Desde janeiro está funcionando no laboratório Thomson de Espectrometria de Massas do Instituto de Química (IQ) da Unicamp um novo instrumento de espectrometria de massas de última geração, que utiliza a tecnologia Orbitrap.

Adquirido com verbas de um projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o novo instrumento será utilizado para aplicações em medicina, para pesquisas forenses, caracterização de bactérias e fungos, entre outras.

Foto: Luciene Campos
Coordenador do laboratório, professor Dr. Marcos Eberlin – Foto: Luciene Campos

O laboratório Thomson em colaboração com o hospital Boldrini pretende com o novo instrumento, auxiliar no diagnóstico preciso de câncer de cérebro.

“Nós já estamos em contato com os patologistas do Boldrini para estabelecer protocolos para que isso seja feito” afirmou o coordenador do laboratório, professor Dr. Marcos Eberlin.

Além disso, há também uma colaboração com o Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas na Infância (CIPOI), que é um laboratório de pesquisa básica e aplicada destinada ao estudo das crianças portadoras de leucemias agudas.

O objetivo, segundo o professor, é utilizar o novo instrumento em todas as áreas nas quais ele venha a ser útil.

“Quando não conseguirmos gerar os nossos próprios problemas iremos buscar colaboração com grupos que sejam especialistas nas áreas em questão” destacou Eberlin.

Segundo Eberlin, o principal avanço que este instrumento trará será a possibilidade de agrupar uma quantidade imensa de informações de espectrometria de massas em uma única imagem. Está é a grande característica da técnica que a distingue das outras em espectrometria de massas.

“Com o imageamento será mostrado imagens coloridas, com perfis e contornos” disse. Segundo o professor, no câncer de cérebro, por exemplo, será possível identificar a exata região na qual o tumor se encontra. Será possível ver toda a região sadia e o tumor estará marcado por uma cor específica.

“Essa transformação dos dados do espectrômetro de massas em imagens coloridas é o grande diferencial do instrumento. Em uma única imagem a gente compacta uma quantidade imensa de informações químicas” afirmou.

Espec

Imagem obtida pelo espectrômetro de massas:

Íons monitorados A) m/z 279 e B) m/z 885, referentes a mono e diacilglicerídeos em tecido de fígado de rato.

A técnica também é utilizada na identificação de notas de dinheiro falsas.
“A nota de dinheiro será colocada no instrumento e o espectrômetro de massas irá varrer toda sua superfície coletando as informações químicas como um todo. Assim é possível detectar quais substâncias estão presentes na nota e descobrir se ela é falsa ou não” explicou Eberlin.

O laboratório tem colaboração com o Inmetro, com o Hospital Boldrini, com os hospitais da Unicamp, com a Polícia Científica do Estado de São Paulo e também com a Polícia Científica Federal.

O objetivo é desenvolver também metodologias que possam auxiliar no controle de qualidade, no controle forense, no controle de produtos farmacêuticos, no controle de falsificação e adulteração de produtos.